Por que sentimos “deja vu”?

O déjà vu — expressão francesa que significa “já visto” — é a estranha sensação de que já vivemos ou experimentamos antes uma situação que, racionalmente, sabemos ser nova. É um fenômeno comum, e cerca de 60 a 80% das pessoas afirmam já tê-lo sentido pelo menos uma vez na vida.

Possíveis explicações para o déjà vu:

1. Processamento cerebral fora de sincronia:
Uma das teorias mais aceitas sugere que o déjà vu ocorre quando há uma pequena falha no processamento da memória. Nosso cérebro armazena e acessa informações por diferentes áreas. Se uma informação nova for processada de forma errada como memória (em vez de percepção), o cérebro pode interpretá-la como algo já vivido.

2. Memória implícita:
Às vezes, você pode ver ou ouvir algo familiar (uma música, um cheiro, uma arquitetura) que lembra vagamente algo do passado — mas sem lembrar conscientemente da fonte. Isso pode ativar um sentimento de familiaridade, sem que você consiga identificar por quê.

3. Reconhecimento duplo (dual processing):
Outra teoria é que o cérebro processa o ambiente em dois caminhos simultâneos: um consciente e outro inconsciente. Se há um pequeno atraso entre esses dois caminhos, a informação pode parecer repetida, gerando a sensação de déjà vu.

4. Pequenas falhas na memória de curto prazo:
O déjà vu também pode estar relacionado a um “erro de gravação” na memória de curto prazo. Por exemplo, se o cérebro armazena uma memória como se ela fosse de longo prazo no momento em que a experiência ocorre, isso pode causar a sensação de que ela já aconteceu antes.

5. Explicações neurológicas (e até espirituais):
Em alguns casos, pessoas com epilepsia no lobo temporal relatam experiências frequentes de déjà vu antes de uma crise — sugerindo que a sensação pode ter uma base neurológica. Já em contextos culturais ou espirituais, há quem interprete o déjà vu como um sinal de vidas passadas ou de intuições do subconsciente, embora isso não tenha comprovação científica.


Conclusão:
O déjà vu é, muito provavelmente, um fenômeno natural relacionado ao funcionamento da memória e da percepção cerebral. Embora ainda não haja uma explicação definitiva, a ciência já entende que ele revela muito sobre como o cérebro processa experiências novas e antigas ao mesmo tempo.

Fonte: Eixão de Ideias