Brasília, a capital modernista do Brasil, é um museu a céu aberto, mundialmente
reconhecida por seus ícones arquitetônicos como o Congresso Nacional, a Catedral
Metropolitana e o Palácio do Planalto, todos frutos da genialidade de Oscar Niemeyer
e do urbanismo de Lúcio Costa. No entanto, para além do Eixo Monumental, a cidade
esconde uma série de monumentos e locais curiosos que revelam camadas menos
exploradas de sua história e cultura.
O Museu de Valores e o Templo da Boa Vontade
Um dos tesouros escondidos no coração da cidade é o Museu de Valores do Banco
Central. Localizado no subsolo do edifício-sede do Banco Central, o museu oferece
uma viagem fascinante pela história da moeda no Brasil e no mundo. Seu acervo inclui
moedas raras, cédulas antigas, e até mesmo barras de ouro, contando a evolução
econômica e social do país. É um local que, apesar de sua importância histórica e
cultural, muitas vezes passa despercebido pelos roteiros turísticos tradicionais.
Em contraste com a arquitetura racionalista do Plano Piloto, o Templo da Boa
Vontade (TBV), embora não seja um monumento governamental, é um marco
arquitetônico e espiritual de grande relevância. Com sua forma piramidal de sete faces
e um cristal puro no topo, o TBV atrai milhões de visitantes anualmente, sendo um dos
locais mais visitados da cidade. Sua arquitetura e seu propósito ecumênico o tornam
um ponto de curiosidade e reflexão, fora do circuito oficial da Esplanada.
Obras de Arte Públicas e o Cine Drive-In
A cidade é pontilhada por obras de arte públicas que, embora menos grandiosas que
as da Praça dos Três Poderes, adicionam um toque especial à paisagem urbana. Além
disso, a própria concepção urbanística de Lúcio Costa é um monumento à ideia de
cidade moderna. Detalhes como a ausência de esquinas no plano original, pensada
para garantir a fluidez do trânsito e a separação entre pedestres e veículos, são
curiosidades arquitetônicas que definem a identidade da capital.
Outro monumento vivo à cultura e à nostalgia é o Cine Drive-In, um dos últimos
remanescentes do gênero no Brasil. Inaugurado em 1973, ele resiste ao tempo e às
mudanças tecnológicas, oferecendo uma experiência cinematográfica única sob o céu
de Brasília. Sua existência é um testemunho da diversidade cultural da cidade, que
abriga tanto o modernismo austero quanto a cultura popular e nostálgica.